Nos Caminhos da Vida… O Destino

Você acredita em encontros do destino?

Eu também não. Veja bem… Exceto que… Sim, acredito!

I mean, não acredito… Mas o negócio segue me acontecendo. Então sou obrigada a reconhecer o “fenômeno”. E hoje eu queria contar um desses. Talvez o mais poderoso, evidente e… bom… life changing que me aconteceu. Ele… Ela atende pelo nome de Claudia Giudice.

Pense uma pessoa que ronda a sua existência por anos e anos até vocês se encontrarem de fato e ficarem amigas praticamente de imediato. Aquela coisa estranha de parecer que você sempre conheceu a pessoa… Foi isso.

Mil anos atrás, minha filha bem pequena, eu estava numa sala de espera pediátrica qualquer e abri uma revista dessas mega famosas… Eu nem gostava da revista. Mas abri. E resolvi ler o editorial. Coisa que também nunca faço. Mas fiz. Achei legal, bem escrito, simpático. Tinha uma certa “energia” ali… Hum… A foto da editora da revista ficava logo ali do lado. Era a Claudia. Olhei e pensei: “nossa, ela parece tão legal…”

Passou tempo. Um bocado.

E aí, num outro belo dia, estava eu cozinhando no meu apartamento na Tijuca, Rio de Janeiro. A televisão ligada na sala. Eu ouvia, sem grande atenção, à distância. De repente, me deu um troço. Alguma coisa capturou meus ouvidos… Estava no GNT, o programa era o Saia Justa, uma delas (acho que era a Astrid…) apresentava o próximo assunto, o lançamento de um livro chamado “A Vida Sem Crachá”. A voz da autora do livro entrou… Era… a Claudia. Saí correndo da cozinha, com as mãos sujas de farinha, só pra ver a conversa. Fiquei naquela de… Hum… Eu já não conheço ela de algum lugar?… Ah… É a editora simpática daquela revista… Ah tá. Ok. Fiquei ali, assistindo até o final. 

Passou mais tempo. Alguns anos, na verdade… E a minha vida estava começando a tomar rumos diferentes. Eu tinha voltado a escrever, voltado ao mundo do teatro (via dramaturgia), voltado pra…mim mesma. Ou ao menos, estava no caminho disso. E agora eu estava escrevendo roteiros, querendo sair do Brasil pra um mestrado nisso, na verdade. Lembrei de uma moça, a Candy (Saavedra), que eu tinha conhecido num curso  de dramaturgia (outros encontros “do destino” nesse grupo, aliás…) e que era produtora de cinema. Procurei por ela só pra uns feedbacks de roteiros que eu tinha escrito. 

Long story short: ela curtiu meus textos e me disse que tinha ideia de produzir (e talvez dirigir) um primeiro longa, ela mesma. Se eu estaria interessada em escrever o roteiro pra ela. Ela tinha duas ideias. Uma seria uma BioPic de uma mega estrela brasileira (que não vou contar porque não é assunto meu, então não posso entregar), a outra era a história de uma jornalista, contada num livro chamado “A Vida Sem Crachá”. 

Me bateu aquele troço de novo. Eu já não conheço essa pessoa?… 

“Candy, você tem um pdf do livro aí? Manda!”

Ela mandou. Abri na hora! Li as cinco primeiras páginas e mandei um e-mail de volta: esse é o filme que eu quero escrever! Eu sei quem ela é! Eu sei o que ela sente! 

Foi AS-SIM. 

O livro inteirinho? Li de um dia pro outro. Eu não conseguia largar o negócio. Foi a narrativa mais visceral, honesta e pulsante sobre uma mudança radical de trajetória de vida – trabalho, dinheiro, estilo de vida, identidade, sobretudo… – que eu já tinha lido. E continua sendo. 

Terminada a leitura, percebi que, claro, eu não tinha ali tudo o que eu precisava pra construir o roteiro. Candy nos apresentou, então, via e-mail. Foi aquela coisa “oi, oi, muito prazer, igualmente, posso mandar umas perguntas, claro que pode…”. Beleza… Ali pelo terceiro e-mail eu sabia que seríamos “friends for life”! Como é possível isso? Não sei. Mas foi isso aí mesmo.

Durante algumas semanas escrevemos uma pra outra praticamente todos os dias – em alguns dias, mais de uma vez… De início, os assuntos eram coisas da vida dela que eu precisava saber pro filme. Mas eu contava minha vida de volta, também… Foi a coisa mais estranha porque eu absolutamente NUNCA tinha me aberto daquele jeito com alguém que nem tinha visto de perto ou falado pelo telefone. Nada. Palavras escritas em e-mails, apenas. Não fazia sentido nenhum. No entanto, estava acontecendo… 

O resto é história. Isso foi em 2017. Cá estamos em 2022 e seguimos amigas. Eu nunca consigo deixar passar muito mais do que uma ou duas semanas sem dar um alô, pedir notícias, mandar um beijo – e vice-versa. Nesse meio tempo, já fizemos mil e uma video-chamadas, pequenos trabalhos, um café, em pessoa, no Rio – sim, a gente conseguiu se abraçar de verdade UMA vez! Eu fiquei na ponta dos pés. A mulher é alta! E linda. E poderosa! 

Recentemente, mais um pequeno capítulo nessa amizade pré-destinada. Meu livro, “Batismo”, ganhou segunda edição e eu convidei ela pra escrever a orelha nova. Eu queria ter chamado ela na primeira, mas eu ainda estava escrevendo o roteiro da vida dela e também… achei que a gente não tinha intimidade pra isso. Ela me disse que eu fui uma tremenda pateta! Pra variar, ela tem toda a razão!

E nesse intricado labirinto do destino, que ficou dando voltas pra lá e pra cá, seguimos caminhando. Eu agora estou no Porto, em Portugal. Ela está na Bahia, Brasil, com a belíssima pousada dela e da Nil Pereira (sócia e amiga da Claudia) A Capela, e mais mil e um projetos e agitos – que é a característica da vida dela. Porque quem tem balacobaco tem né, queridos?… 

Da minha parte, nossa… Muita sorte de ter feito essa amizade absolutamente “sem sentido”. Porque aquilo me ensinou a começar a ficar com a “cintura menos dura” como a Claudia gosta de dizer. Ela foi a primeira coisa que eu deixei entrar na minha vida por total e absoluta intuição. Gostei dela por nada. Confiei por gut feeling. Quebrei minha regra de “não trabalho com amigos” porque ela me disse que era bobagem… E por aí foi. 

Muita, muita coisa que passei a arriscar (sem jamais me arrepender) na vida foi totalmente por influência dela. E agora, de quebra, ela faz parte, oficialmente, da minha vida de escritora – como eu espero fazer da dela através da tela grande… Porque o “Vida Sem Crachá”, filme, ainda não aconteceu, mas vai! Eu sei! Um dia… Já o livro… Bom… Está no mundo. E eu acho um absurdo se você não for correr pra ler agora! Confia em mim. Pode ser uma dessas coisas… do destino.

Claudia, thank you for everything! Love you.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *