
Essa semana eu fui descendo pelas ruas do Porto até a Ribeira, batendo fotos. Uma música indo e vindo na minha cabeça. “O Barquinho”…
“Dia de luz, festa de sol/E um barquinho a deslizar/No macio azul do mar/Tudo é verão, o amor se faz/Num barquinho pelo mar/Desliza sem parar…”
Se você é brasileiro e carioca, como eu, essa música é mais do que familiar. É parte do inconsciente coletivo, praticamente. E ela veio pra mim, naquele momento. É início da primavera aqui. Primavera mesmo.

Aqui as estações mudam. Dramaticamente, concretamente, pra todos os seus sentidos notarem. A luz é outra, a temperatura sobe de repente, as flores explodem por todo lado, as borboletas e abelhas aparecem, o pólen passa voando – às vezes um aqui, outro ali; às vezes em “nuvens” tão grandes e densas que já me fizeram correr na direção oposta, porque, né, alergia – e um certo quê de irracionalidade ridícula que faz parte desta pessoa aqui, em algumas situações da vida…
Ah… A primavera, a promessa do verão depois de um longo e tortuoso inverno. A festa. Tudo é festa. Segundo o Barquinho. É?… É mesmo? Parece ser. Deveria ser. Eu tento, mais preciso do que tento, crer que seja. Eu desço as ladeiras, respirando com algum esforço, por baixo da máscara, clic, clic, clic.

A gaivota que passa está em festa, a boneca-moça na janela está em festa, as árvores estão em festa. O barquinho, ali no Douro… O barquinho está em festa.
Eu?… Eu tento. Não acontece. Não sei mais como. Mas vou. Um dia. Um dia, de alguma forma, vou estar em festa. Um dia, quando tudo é verão e o amor se faz. Um dia.
Poético, com uma ponta de melancolia…
Fotos lindas !
A música ideal para o Clic à beira do cais…
Aplausos…..
senti o ar de primavera no ar, o frescor, as cores, o brilho do sol, e as pessoas descendo meio voando leves….lindo!
Fico feliz de ter “te trazido” ao Porto, de certa forma, por alguns momentos… 🙂